SALVE SANTA BÁRBARA - EPAHEI IANSÃ
"Iansã é o movimento, a
necessidade de mudança, de deslocamento. Representa a rapidez de raciocínio (o
raio), a coragem, lealdade e franqueza. Higieniza os pensamentos; atua nos
campos santos, em auxílio aos desencarnados, e no despertar da consciência. Está
ligada à orientação e à educação. Representa a luta contra as injustiças. Sua
propensão é trazer equilíbrio às ações humanas. Atua junto com Xangô na Justiça,
na aplicação da Lei Cósmica.
Quando o Mestre Jesus referiu-Se
aos que estavam dispostos a apedrejar uma mulher adúltera em praça pública,
dizendo-lhes: "Aquele que estiver sem pecado, que atire a primeira pedra", todos
foram saindo em silêncio e O deixaram a sós com ela. Então, Ele a olhou bem no
fundo de seus olhos e lhe disse: "Vá e não peques mais, para que não te aconteça
coisa pior!".
Nesse momento, o Mestre
manifestou novamente o "não julgar", a reflexão, a oportunidade de recomeçar e a
necessidade de mudar de atitudes, para poder prosseguir na caminhada
evolutiva.
Em outra passagem do
Evangelho, diz Jesus: "Não vim trazer a paz, mas a divisão. Vim para
lançar fogo à Terra; e o que é que desejo senão que ele se acenda?". Essa é uma
atuação clássica da energia de Iansã, simbolizada no raio, como força da
natureza. A idéia nova de Jesus encontrou resistência, incompreensão; trouxe à
luz as verdades divinas sobre o reino dos céus, e incomodou a crença
materialista de Sua época, que submetia o povo à violência e abusos das mais
variadas ordens.
Quando "imolaram o homem" no
martírio da cruz, pensaram que haviam resolvido a questão, mas a idéia de Jesus
permanece até hoje, Seu chamado continua sendo A Boa Nova, a conquista do
espírito sobre a matéria, a liberdade de ser, e não a escravidão do ter, a
comunhão com o Criador, irradiando amor incondicional sobre todas as criaturas e
a natureza. Ela nos instrui sobre as dificuldades dentro da própria família, as
incompreensões por estarmos reunidos na carne, mas com etapas evolutivas
diferentes, não partilhando da mesma crença.
Iansã é o fogo, posto que a
mediunidade é um fogo sagrado, um dom que nos foi ofertado por Deus para
corrigir nossas imperfeições e nos ensinar a amar e a servir com humildade. É o
fogo da Criação, a capacidade de superar-se, porque as leis cósmicas não
permitem estagnação por muito tempo: exigem a nossa evolução, ou seja, o
potencial divino que habita cada ser necessita ser externado como chama viva, e
não vibrar como brasa que não é alimentada, ou fagulha que se apaga. Por isso,
temos o livre-arbítrio para escolher entre servir e amar, ou simplesmente ser
uma
criatura acomodada e ociosa. A
escolha é inteiramente nossa, e a responsabilidade também. A pressa de que o
fogo se acenda é para que haja a transformação do homem, para que cessem as
guerras e as divisões internas e externas, visto que a paz nasce dentro do
coração do ser.
E segue Jesus, no Sermão do
Monte: " Bem-aventurados os pobres e os aflitos...". "Bem aventurados os
pacíficos e os simples de coração...". "Bem aventurados os sedentos de justiça e
misericórdia...". É o despertar do homem de bem."
(Origem: Do Livro “Umbanda Pé No Chão” –
Ramatís/Norberto Peixoto – Editora do Conhecimento)
Nenhum comentário:
Postar um comentário