PONTO ESTILIZADO DO TEMPLO

PONTO ESTILIZADO DO TEMPLO

terça-feira, 15 de julho de 2014

Corrente Espiritual de trabalho de um Templo

Quarta feira é dia de Gira, é o dia que reservamos para celebrar a nossa fé, a religião que nós escolhemos, a Umbanda.

Cada religião tem uma maneira particular para celebrar a sua fé, como por exemplo, a Católica com a missa, a Evangélica com o culto e etc., e a Umbanda com a Gira. Diferente da missa e do culto, em que tem o Padre e o Pastor como figura principal, a Gira além de ter a Babá como figura principal, é formada também pela Corrente que lhe dá sustentação e proteção.

A Corrente é composta por seus filhos, filhos de fé, Médiuns que foram escolhidos pela espiritualidade, acolhidos pela Casa e que vestiram a roupa branca por livre e espontânea vontade, portanto cientes de suas responsabilidades, respeito, regras e disciplina que devem seguir.

Para que uma Gira transcorra da melhor maneira possível, serena, com paz e equilíbrio, se faz necessário à formação de uma Corrente forte, que deve ser formada preferencialmente antes da abertura, para acrescentar a toda preparação a qual a Casa está sendo submetida por varias outras Corrente Espirituais.

Cada filho, elo desta Corrente, seja lá a função que tenha está na Corrente por algum motivo específico, que foi determinado pela espiritualidade e cada uma destas funções dada pela espiritualidade ou pelo comando em terra da Casa, deve ser respeitada e acolhida por todos, portanto todos sem nenhuma exceção são importantes, e a sua ausência, por motivos justificáveis ou não, é sentida e de alguma forma, prejudica os trabalhos, deixando lacunas que serão fechadas, porém não com a mesma qualidade.

Nós umbandistas temos o privilégio em pertencer a uma religião dos “sentidos”, da sensibilidade do espírito projetada na matéria, é possível sentir a vibração energética da Casa, das Entidades, dos Orixás e para os mais evoluídos, a vibração de Oxalá, bem como de energias negativas, contrárias e quanto mais estes sentidos são apurados mais seremos barreiras bloqueadoras eficazes para que elas não se propaguem e sejam banidas ou contidas e encaminhadas às forças de orientação e doutrina da Casa.

É importante enfatizar, como já foi mencionado por varias vezes, que infelizmente existem forças contrárias que por vários motivos atuam contra a nossa Casa, a Corrente e contra nós. Além disso, vindas das pessoas que procuram a Casa nas quartas feiras que estão “carregadas” ou acompanhadas de presenças maléficas, que fazem de tudo para atrapalhar e influenciar negativamente os propósitos da Casa que é principalmente a caridade e o crescimento espiritual, daí a necessidade de uma Corrente forte e vibrante com Médiuns firmes e concentrados.

Nós Médiuns devemos entrar para a formação da Corrente assim que chegarmos ao Terreiro, munidos de tudo aquilo que necessitamos para a Gira: fé, paz, bom senso, humildade, equilíbrio, amor, no objetivo da doação em caridade e, deixar no armário tudo aquilo que nós não precisamos nem na Casa e nem em nossas vidas: orgulho, tristeza, raiva, rancor, preconceito, prepotência, soberba, desrespeito. Procurar o seu lugar, e em silêncio e meditando, se for possível, entrar em sintonia com toda a energia que é emanada do Conga, para criar um campo de vibração e energia em todo o Terreiro, energia que nos prepara e protege para todo o trabalho que vai ser realizado, para dar o melhor de cada um de nós para as nossas Entidades e a todas as pessoas que procuram o nosso Templo, afinal não é por outro motivo que vamos ao Terreiro todas as quartas feiras.

Médium, na minha concepção é acima de tudo um aprendiz, pois se estamos na Corrente não é por outro motivo senão o de aprendizado e crescimento espiritual.

Texto escrito por Milton Carlos Norgini, Médium do Templo Espiritual de Umbanda Caboclo Pena Verde em 15/02/2014.

domingo, 6 de julho de 2014

LINHA DO ORIENTE NA UMBANDA


A Linha do Oriente, ou dos Mestres do Oriente, é parte da herança da Umbanda, com elementos de um passado comum, berço de todas as magias e alicerce básico das religiões. Entre todos os povos do oriente, desde a mais remota antiguidade, há uma sólida e autêntica tradição esotérica, dita a sabedoria oculta dos patriarcas, os mistérios religiosos dos povos antigos, que só tem chegado até nós em pequenos fragmentos.
A Linha do Oriente é composta por inúmeras entidades, majoritariamente de origem oriental. Apesar disso, muitos espíritos desta Linha podem apresentar-se como caboclos ou pretos velhos. Nem todos os espíritos são orientais no sentido comum da palavra. Temos espíritos de médicos de diversas nacionalidades que trabalham nesta linha, por afinidade.
A Linha do Oriente abrigou as diversas entidades que não se encaixavam nas matrizes indígena, portuguesa e africana, formadoras do povo brasileiro. Essas entidades preservam conhecimentos milenares; são sábios que ajudam seus irmãos encarnados, independentemente de sua origem religiosa; são espíritos que não encarnam mais aqui na Terra, mas que querem auxiliar os encarnados e desencarnados, em sua evolução rumo ao Divino, pois quem aprende tem que usar o que aprendeu. Os mais altos conhecimentos esotéricos da antiguidade são conhecidos, no plano astral, pelas entidades que se manifestam nessa Linha.

São conhecimentos magísticos e espiritualistas desaparecidos no plano material e preservados no astral, mantidos com essas entidades, cada qual com o que era sabido na religião de seu povo. A Linha do Oriente tem enviado uma quantidade imensa de espíritos para a Corrente Astral de Umbanda. São entidades que vêm com a missão de humanizar corações endurecidos e fecundar a fé, os valores espirituais, morais e éticos no mental humano. São Guias maravilhosos, que nos incitam pelo caminho da Luz Divina, trabalham lindamente com cura de males físicos e espirituais, são extremamente humildes e nada exigentes com relação a ferramentas de trabalho. Atuam muito dentro do psicológico e emocional tanto de seu médium como de seus consulentes. As doenças tem sua origem no espírito e é no espírito que os Mestres da Linha do Oriente atuam.
Todo e qualquer tratamento espiritual para a saúde tem seus resultados diretamente ligados ao merecimento de cada um e principalmente a sua fé. E também não dispensa o auxílio dos médicos da Terra, pois trabalham em conjunto, sempre que necessário.
Diversos templos umbandistas não têm por hábito trabalhar com essa linha, talvez por desconhecerem os benefícios que os povos ligados às suas diversas falanges podem nos proporcionar. Se as evocarmos, com certeza seus guias nos darão a cobertura e as orientações necessárias e os consulentes poderão usufruir de seus magníficos trabalhos, principalmente relacionados à cura, campo em que gostam de atuar. A Linha do Oriente é regida por Pai Oxalá, irradiador da fé para a dimensão humana, e por Pai Xangô, fogo e calor divino, com entidades atuando nas irradiações dos diversos orixás. Tem como patrono um espírito conhecido, em sua última encarnação, como João Batista, irradiador de muita luz, sincretizado com Xangô do Oriente e conhecido como Kaô. Era primo-irmão de Jesus Cristo e o batizou nas águas do Rio Jordão e tem o comando dos povos do oriente, onde se manifestam espíritos de profetas, apóstolos, iniciados, cabalistas, anacoretas, ascetas, pastores, santos, instrutores e peregrinos.
A Linha do Oriente, apesar de não ser oriente no sentido geográfico, popularizou-se e teve seus momentos gloriosos no Brasil nas décadas de 50 e 60, ocasião em que as tradições orientais budistas e hinduístas se firmaram, entre os brasileiros praticantes de modalidades ligadas ao orientalismo. Espíritos falando nomes desconhecidos por nossa gente, que tiveram encarnações como indianos, tibetanos, chineses, egípcios, árabes e outros, incorporavam nos terreiros do Brasil, ao lado das linhas de ação e trabalho dos caboclos e preto-velhos, sem esquecermos os espíritos ciganos.

CLASSIFICAÇĂO DA LINHA DO ORIENTE

A Linha do Oriente, que é chefiada por São João Batista, é constituída pelas seguintes Legiões:

1. Legião dos Hindus - Chefiada por Zartú
2. Legião de Médicos e Cientistas - Chefiada por José de Arimatéia
3. Legião de Árabes e Marroquinos - Chefiada por Jimbaruê
4. Legião de Japoneses, Chineses - Chefiada por Ori do Oriente
5. Legião dos Egípcios, Astecas, Mongóis e Esquimós, Incas e outras raças antigas -Chefiadas por Inhoarairi, Imperador Inca antes de Cristo
6. Legião dos Índios Caraíbas - Chefiadas por Itaraiaci
7Legião dos Gauleses, Romanos e outras raças européias - Chefiada por Marcus I - Imperador Romano