PONTO ESTILIZADO DO TEMPLO

PONTO ESTILIZADO DO TEMPLO

domingo, 20 de maio de 2012

A UMBANDA COMO RELIGIÃO É FENÔMENO DE INCLUSÃO NA ESPIRITUALIDADE



Será uma religião que falará aos humildes, simbolizando a igualdade que deve existir entre todos os irmãos, encarnados e desencarnados.
Caboclo das Sete Encruzilhadas

Existe uma busca incessante no meio umbandista na obtenção do significado da palavra UMBANDA. Buscar o significado da palavra é um movimento importante, pois através da obtenção deste significado é possível dar significância ao movimento religioso que, de acordo com o que descrevem incontáveis autores de literaturas umbandistas, tem seu empoderamento no sentido de organização litúrgica por meio do saudoso Zélio de Morais, aparelho mediúnico do Caboclo das Sete Encruzilhadas, espírito  sob roupagem fluídica de um ameríndio que apresentou fundamentos da teologia umbandista.

A Umbanda apresenta as possibilidades de aceitação da manifestação mediúnica de incontáveis espíritos excluídos dos círculos espíritas que buscavam, segundo as narrativas encontradas nos registros,  a manifestação dos “fulanos de tal”, de origem nobre, e não dos “joão ninguém”, por não serem dotados da cultura acadêmica ou erudita.

 Para a Umbanda o que importa, o que deve de fato importar e ser de suma valorização é a prática da caridade e não discursos letrados, fruto da cultura acadêmica. A verdadeira sabedoria se encontra na clareza e na objetividade das orientações pois, mensagens espirituais não são jogos adivinhatórios para o consulente. A consulta espiritual é momento de orientação para a  saúde nos planos biofísico, psicológico, sócio-comportamental e espiritual e não o desafio da Esfinge. 

A Umbanda tem sido vitimada por interesses escusos. Pessoas que por ignorância, seja pelo desconhecimento ou seja pelo desprezo, tem utilizado a Umbanda como palco de especulação teológica, relegando ao segundo plano valores humanos que são os pilares que alicerçam a religião: simplicidade, humildade e solidariedade.

Incluir as diferentes culturas e etnias sob o mesmo teto teológico tem permitido aos adeptos umbandistas e simpatizantes da religião vivenciarem de fato o respeito e a valorização da diversidade dos povos e seus traços culturais. Nas tendas de Umbanda é possível comungarem de um mesmo altar as dicotomias de outrora pois negros, brancos, índios e orientais estão lado a lado sob a luz de Oxalá, o filho do Senhor da criação Olorum.

Fazer Umbanda é isso. Permitir que o Senhor faça de ti um instrumento de Vossa Paz, conforme prescreve  oração do irmão Francisco de Assis. É possibilitar que você crie através de sua postura  o espelho que reflita a luz divina em todo seu explendor, a luz do Reino de Oxalá, onde há paz e amor, como nos remete o nosso  hino da Umbanda.

Nossa contribuição final é que ecoe em nossas mentes a mensagem do nosso amigo do espaço, Caboclo das Sete Encruzilhadas acerca de nosso compromisso com o Astral superior:

"A Umbanda tem progredido e vai progredir. É preciso haver sinceridade, honestidade e eu previno sempre aos companheiros de muitos anos: a vil moeda vai prejudicar a Umbanda; médiuns que irão se vender e que serão, mais tarde, expulsos, como Jesus expulsou os vendilhões do templo. O perigo do médium homem é a consulente mulher; do médium mulher é o consulente homem. É preciso estar sempre de prevenção, porque os próprios obsessores que procuram atacar as nossas casas fazem com que toque alguma coisa no coração da mulher que fala ao pai de terreiro, como no coração do homem que fala à mãe de terreiro. É preciso haver muita moral para que a Umbanda progrida, seja forte e coesa. Umbanda é humildade, amor e caridade – esta a nossa bandeira. Neste momento, meus irmãos, me rodeiam diversos espíritos que trabalham na Umbanda do Brasil: Caboclos de Oxossi, de Ogum, de Xangô. Eu, porém, sou da falange de Oxossi, meu pai, e não vim por acaso, trouxe uma ordem, uma missão. Meus irmãos: sejam humildes, tenham amor no coração, amor de irmão para irmão, porque vossas mediunidades ficarão mais puras, servindo aos espíritos superiores que venham a baixar entre vós; é preciso que os aparelhos estejam sempre limpos, os instrumentos afinados com as virtudes que Jesus pregou aqui na Terra, para que tenhamos boas comunicações e proteção para aqueles que vêm em busca de socorro nas casas de Umbanda. Meus irmãos: meu aparelho já está velho, com 80 anos a fazer, mas começou antes dos 18. Posso dizer que o ajudei a casar, para que não estivesse a dar cabeçadas, para que fosse um médium aproveitável e que, pela sua mediunidade, eu pudesse implantar a nossa Umbanda. A maior parte dos que trabalham na Umbanda, se não passaram por esta Tenda, passaram pelas que saíram desta Casa. Tenho uma coisa a vos pedir: se Jesus veio ao planeta Terra na humildade de uma manjedoura, não foi por acaso. Assim o Pai determinou. Podia ter procurado a casa de um potentado da época, mas foi escolher aquela que havia de ser sua mãe, este espírito que viria traçar à humanidade os passos para obter paz, saúde e felicidade. Que o nascimento de Jesus, a humildade que Ele baixou à Terra, sirvam de exemplos, iluminando os vossos espíritos, tirando os escuros de maldade por pensamento ou práticas; que Deus perdoe as maldades que possam ter sido pensadas, para que a paz possa reinar em vossos corações e nos vossos lares. Fechai os olhos para a casa do vizinho; fechai a boca para não murmurar contra quem quer que seja; não julgueis para não serdes julgados; acreditai em Deus e a paz entrará em vosso lar. É dos Evangelhos. Eu, meus irmãos, como o menor espírito que baixou à Terra, mas amigo de todos, numa concentração perfeita dos companheiros que me rodeiam neste momento, peço que eles sintam a necessidade de cada um de vós e que, ao sairdes deste templo de caridade, encontreis os caminhos abertos, vossos enfermos melhorados e curados, e a saúde para sempre em vossa matéria. Com um voto de paz, saúde e felicidade, com humildade, amor e caridade, sou e sempre serei o humilde Caboclo das Sete Encruzilhadas".