PONTO ESTILIZADO DO TEMPLO

PONTO ESTILIZADO DO TEMPLO

sábado, 21 de julho de 2012

SALUBA NANÃ - SALVE 26 DE JULHO





GIRA EM HOMENAGEM A NANÃ SÁBADO DIA 28 DE JULHO - 18 h


A mais velha divindade do panteão, associada às águas paradas, à lama dos pântanos, ao lodo do fundo dos rios e dos mares. O único Orixá que não reconheceu a soberania de Ogum por ser o dono dos metais. É tanto reverenciada como sendo a divindade da vida, como da morte. Seu símbolo é o Íbíri - um feixe de ramos de folha de palmeira  com a ponta curvada e enfeitado com búzios.
Nana é a chuva e a garoa. O banho de chuva é uma lavagem do corpo no seu elemento, uma limpeza de grande força, uma homenagem a este grande orixá.
Nanã Buruquê representa a junção daquilo que foi criado por Deus. Ela é o ponto de contato da terra com as águas, a separação entre o que já existia, a água da terra por mando de Deus, sendo portanto também sua criação simultânea a da criação do mundo.
1.       Com a junção da água e a terra surgiu o Barro.
2.       O Barro com o Sopro Divino representa Movimento.
3.       O Movimento adquire Estrutura.
4.       Movimento e Estrutura surgiu a criação, O Homem.
Portanto, para alguns, Nanã é a Divindade Suprema que junto com Zambi fez parte da criação, sendo ela responsável pelo elemento Barro, que deu forma ao primeiro homem e de todos os seres viventes da terra, e da continuação da existência humana e também da morte, passando por uma transmutação para que se transforme continuamente e nada se perca.
Esta é uma figura muito controvertida do panteão africano. Ora perigosa e vingativa, ora praticamente desprovida de seus maiores poderes, relegada a um segundo plano amargo e sofrido, principalmente ressentido.
Orixá que também rege a Justiça, Nanã não tolera traição, indiscrição, nem roubo. Por ser Orixá muito discreto e gostar de se esconder, suas filhas podem ter um caráter completamente diferente do dela. Por exemplo, ninguém desconfiará que uma dengosa e vaidosa aparente filha de Oxum seria uma filha de Nanã "escondida".
Nanã faz o caminho inverso da mãe da água doce. É ela quem reconduz ao terreno do astral, as almas dos que Oxum colocou no mundo real. É a deusa do reino da morte, sua guardiã, quem possibilita o acesso a esse território do desconhecido.
A senhora do reino da morte é, como elemento, a terra fofa, que recebe os cadáveres, os acalenta e esquenta, numa repetição do ventre, da vida intra-uterina.
Muitos são portanto os mistérios que Nanã esconde, pois nela entram os mortos e através dela são modificados para poderem nascer novamente. Só através da morte é que poderá acontecer para cada um a nova encarnação, para novo nascimento, a vivência de um novo destino – e a responsável por esse período é justamente Nanã.
Nanã forma par com Obaluaiê. E enquanto ela atua na decantação emocional e no adormecimento do espírito que irá encarnar, ele atua na passagem do plano espiritual para o material (encarnação), o envolve em uma irradiação especial, que reduz o corpo energético ao tamanho do feto já formado dentro do útero materno onde está sendo gerado, ao qual já está ligado desde que ocorreu a fecundação.
Este mistério divino que reduz o espírito, é regido por nosso amado pai Obaluaiê, que é o "Senhor das Passagens" de um plano para outro.
Já nossa amada mãe Nanã, envolve o espírito que irá reencarnar em uma irradiação única, que dilui todos os acúmulos energéticos, assim como adormece sua memória, preparando-o para uma nova vida na carne, onde não se lembrará de nada do que já vivenciou. É por isso que Nanã é associada à senilidade, à velhice, que é quando a pessoa começa a se esquecer de muitas coisas que vivenciou na sua vida carnal.
Portanto, um dos campos de atuação de Nanã é a "memória" dos seres. E, se Oxóssi aguça o raciocínio, ela adormece os conhecimentos do espírito para que eles não interfiram com o destino traçado para toda uma encarnação.
Em outra linha da vida, ela é encontrada na menopausa. No inicio desta linha está Oxum estimulando a sexualidade feminina; no meio está Yemanjá, estimulando a maternidade; e no fim está Nanã, paralisando tanto a sexualidade quanto a geração de filhos.
Esta grande Orixá, mãe e avó, é protetora dos homens e criaturas idosas, padroeira da família, tem o domínio sobre as enchentes, as chuvas, bem como o lodo produzido por essas águas. 

domingo, 15 de julho de 2012

JESUS E OS ENSINAMENTOS DOS ORIXÁS CONTIDOS NO EVANGELHO

POR RAMATIS
ATRAVÉS DE NORBERTO PEIXOTO

A umbanda vivencia O Evangelho de Jesus em sua essência através da manifestação do amor e da caridade prestada pela orientação dos guias e protetores que recebem a irradiação dos orixás. Encontramos no terreiro da verdadeira umbanda entidades que trabalham com humildade, de forma serena, caritativa e gratuita; espíritos bondosos que não fazem distinção de raça, cor ou religião, e acolhem todos que buscam amparo e auxílio espiritual, conforto para dores, aflições e desequilíbrios das mais variadas ordens.

  A umbanda convida o homem a se transformar. Assim sendo, o consulente recebe esclarecimento sobre sua real condição de espírito imortal, ou seja, é levado a entender que é o único responsável pelas próprias escolhas, e que deve procurar progredir na escala evolutiva da vida, superando a si mesmo. Mas para transformar-se é preciso estar pronto para compreender as energias que  serão manipuladas, porque elas trabalham com o ritmo interno. Ouvir a intuição é, portanto, ouvir a si próprio; é saber utilizar os recursos necessários que estão disponíveis para efetuar a mudança do estado de consciência.

  Por isso, transformar significa reverter o apego em desapego, a doença em saúde, a tristeza em alegria, o desamor em amor, as faltas em fartura, a ingratidão e o ressentimento em perdão. É não revidar o mal, mas sempre praticar o bem. Dar sem esperar reconhecimento ou gratidão. A beleza da vida está justamente na "individualidade", no ser único, criado por Deus para amar. E este ser único está ligado à coletividade pelos laços do coração e da evolução, a fim de aprender a compartilhar, respeitar, educar e ser feliz.

  Somos o somatório dos nossos atos de ontem: por ter cometido inúmeros excessos, estamos conhecendo a escassez, ou melhor, sempre atuamos à margem, não conseguindo nos equilibrar no caminho reto, pois o processo de evolução é lento, não dá saltos, respeita o livre-arbítrio, o grau de consciência e o merecimento de cada um.

  A umbanda pratica o Jesus consolador, e, silenciosamente, vai evangelizando pelo Brasil afora, levando as Suas máximas: "A água mais límpida é a que corre no centro do rio, pois as margens sempre contêm impurezas". "Não vos inquieteis pelo dia de amanhã, porque o amanhã cuidará de si mesmo", pois Ele nos envia o Seu amor incondicional, que não impõe condições, porque não julga, não cobra, apenas Se doa e espera pelo nosso despertar para as verdades espirituais, para o homem de bem que existe dentro de cada um de nós.

  Quando Jesus se aproximou de João Batista, que, com os joelhos encobertos pela água do Rio Jordão, mais uma vez falava do Messias, ao olharem-se um ao outro, uma força poderosa instalou-se sobre todos os circunstantes. Jesus então aproximou-Se de João Batista, e este ajoelhou-se aos pés do cordeiro do Cristo. Mansamente Ele o levantou e agachou-Se sinalizando para que João O batizasse. Nesse instante único, vibraram intensamente sobre Jesus, no centro do Seu chacra coronário, o Cristo Cósmico e todos os orixás. Foi preciso que o Messias fosse "iniciado" por um mestre do amor na Terra, para que se completasse Sua união com o Pai, e ambos fossem um. Esse é um dos quadros históricos mais expressivos e simbólicos que avalizam os amacis na umbanda. Aos que nos criticam, recomendamos que observem melhor os ensinamentos de Jesus, desprovidos de "igrejismo" e patrulhamentos evangélicos religiosos.

Em todas as passagens do Evangelho de Jesus podemos identificar a vibração dos orixás, conforme descrevemos a seguir:

  Oxalá  é a fortaleza, a vibração do Cristo Cósmico na Terra, a doação do amor incondicional, fraterno e perene, o profundo conhecedor da alma humana, o ser abençoado de luz que irradia o equilíbrio perfeito entre o princípio do masculino e do feminino. Seu olhar sereno e profundo, irradiando amor e compaixão, Lhe permite penetrar o íntimo de cada um e não julgar, apenas amar e curar, não somente as enfermidades físicas, mas as da alma. Seus braços permanecem abertos em nossa direção e Seu Evangelho nos ensina estas máximas:

  · "Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo", pois não podemos amar a Deus, sem antes nos amarmos e, por conseguinte, amarmos nossos semelhantes. Se  não existe amor dentro de nós, se não aceitamos nossas virtudes e defeitos, não podemos amar nossos semelhantes.

  · "Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por Mim". Jesus nos mostra o caminho da simplicidade e do amor fraterno, do desapego e do perdão. A confiança na Providência Divina nos ajuda a difundir o Evangelho  - caminho que leva a Deus, à verdade que liberta e que nos faz deixar de sofrer. Tudo o que pode deixar de existir amanhã não é verdade para nós, pois o que continua com a vida são os afetos, as alegrias, os sentimentos que carregamos em nosso interior. Devemos valorizar a nossa vida, buscando a verdade interior, o caminho para a felicidade.

  · "A minha paz vos dou, mas não como o mundo a dá". Todos deixaremos o teatro da vida terrena para encontrar a paz verdadeira na vida espiritual. A paz do mestre está nos valores morais, na conduta da vida em harmonia com as leis de Deus, na paciência para com as nossas imperfeições - pois temos de vencer a nós mesmos -, e no despertar da consciência na escalada da evolução, que nunca cessa. Cada mudança interior para melhor reflete-se na convivência com o próximo. Quem ama sempre vai estar acompanhado, porque o amor encontra ressonância em outros corações. Amar é doar-se para a vida, em favor do bem.