Será uma religião que falará
aos humildes, simbolizando a igualdade que deve existir entre todos os irmãos,
encarnados e desencarnados.
Caboclo das Sete Encruzilhadas
Existe uma busca incessante no meio
umbandista na obtenção do significado da palavra UMBANDA. Buscar o significado
da palavra é um movimento importante, pois através da obtenção deste
significado é possível dar significância ao movimento religioso que, de acordo
com o que descrevem incontáveis autores de literaturas umbandistas, tem seu
empoderamento no sentido de organização litúrgica por meio do saudoso Zélio de
Morais, aparelho mediúnico do Caboclo das Sete Encruzilhadas, espírito sob roupagem fluídica de um ameríndio que apresentou
fundamentos da teologia umbandista.
A Umbanda apresenta as possibilidades
de aceitação da manifestação mediúnica de incontáveis espíritos excluídos dos
círculos espíritas que buscavam, segundo as narrativas encontradas nos
registros, a manifestação dos “fulanos
de tal”, de origem nobre, e não dos “joão ninguém”, por não serem dotados da
cultura acadêmica ou erudita.
Para a Umbanda o que importa, o que deve de
fato importar e ser de suma valorização é a prática da caridade e não discursos
letrados, fruto da cultura acadêmica. A verdadeira sabedoria se encontra na
clareza e na objetividade das orientações pois, mensagens espirituais não são
jogos adivinhatórios para o consulente. A consulta espiritual é momento de
orientação para a saúde nos planos
biofísico, psicológico, sócio-comportamental e espiritual e não o desafio da
Esfinge.
A Umbanda tem sido vitimada por
interesses escusos. Pessoas que por ignorância, seja pelo desconhecimento ou
seja pelo desprezo, tem utilizado a Umbanda como palco de especulação
teológica, relegando ao segundo plano valores humanos que são os pilares que
alicerçam a religião: simplicidade, humildade e solidariedade.
Incluir as diferentes culturas e etnias
sob o mesmo teto teológico tem permitido aos adeptos umbandistas e
simpatizantes da religião vivenciarem de fato o respeito e a valorização da
diversidade dos povos e seus traços culturais. Nas tendas de Umbanda é possível
comungarem de um mesmo altar as dicotomias de outrora pois negros, brancos,
índios e orientais estão lado a lado sob a luz de Oxalá, o filho do Senhor da
criação Olorum.
Fazer Umbanda é isso. Permitir que o
Senhor faça de ti um instrumento de Vossa Paz, conforme prescreve oração do irmão Francisco de Assis. É
possibilitar que você crie através de sua postura o espelho que reflita a luz divina em todo
seu explendor, a luz do Reino de Oxalá, onde há paz e amor, como nos remete o
nosso hino da Umbanda.
Nossa contribuição final é que ecoe em
nossas mentes a mensagem do nosso amigo do espaço, Caboclo das Sete
Encruzilhadas acerca de nosso compromisso com o Astral superior:
"A Umbanda tem progredido e vai progredir. É
preciso haver sinceridade, honestidade e eu previno sempre aos companheiros de
muitos anos: a vil moeda vai prejudicar a Umbanda; médiuns que irão se vender e
que serão, mais tarde, expulsos, como Jesus expulsou os vendilhões do templo. O
perigo do médium homem é a consulente mulher; do médium mulher é o consulente
homem. É preciso estar sempre de prevenção, porque os próprios obsessores que
procuram atacar as nossas casas fazem com que toque alguma coisa no coração da
mulher que fala ao pai de terreiro, como no coração do homem que fala à mãe de
terreiro. É preciso haver muita moral para que a Umbanda progrida, seja forte e
coesa. Umbanda é humildade, amor e caridade – esta a nossa bandeira. Neste
momento, meus irmãos, me rodeiam diversos espíritos que trabalham na Umbanda do
Brasil: Caboclos de Oxossi, de Ogum, de Xangô. Eu, porém, sou da falange de
Oxossi, meu pai, e não vim por acaso, trouxe uma ordem, uma missão. Meus
irmãos: sejam humildes, tenham amor no coração, amor de irmão para irmão,
porque vossas mediunidades ficarão mais puras, servindo aos espíritos
superiores que venham a baixar entre vós; é preciso que os aparelhos estejam
sempre limpos, os instrumentos afinados com as virtudes que Jesus pregou aqui
na Terra, para que tenhamos boas comunicações e proteção para aqueles que vêm
em busca de socorro nas casas de Umbanda. Meus irmãos: meu aparelho já está
velho, com 80 anos a fazer, mas começou antes dos 18. Posso dizer que o ajudei
a casar, para que não estivesse a dar cabeçadas, para que fosse um médium
aproveitável e que, pela sua mediunidade, eu pudesse implantar a nossa Umbanda.
A maior parte dos que trabalham na Umbanda, se não passaram por esta Tenda,
passaram pelas que saíram desta Casa. Tenho uma coisa a vos pedir: se Jesus
veio ao planeta Terra na humildade de uma manjedoura, não foi por acaso. Assim
o Pai determinou. Podia ter procurado a casa de um potentado da época, mas foi
escolher aquela que havia de ser sua mãe, este espírito que viria traçar à
humanidade os passos para obter paz, saúde e felicidade. Que o nascimento de
Jesus, a humildade que Ele baixou à Terra, sirvam de exemplos, iluminando os
vossos espíritos, tirando os escuros de maldade por pensamento ou práticas; que
Deus perdoe as maldades que possam ter sido pensadas, para que a paz possa
reinar em vossos corações e nos vossos lares. Fechai os olhos para a casa do
vizinho; fechai a boca para não murmurar contra quem quer que seja; não
julgueis para não serdes julgados; acreditai em Deus e a paz entrará em vosso
lar. É dos Evangelhos. Eu, meus irmãos, como o menor espírito que baixou à
Terra, mas amigo de todos, numa concentração perfeita dos companheiros que me
rodeiam neste momento, peço que eles sintam a necessidade de cada um de vós e
que, ao sairdes deste templo de caridade, encontreis os caminhos abertos,
vossos enfermos melhorados e curados, e a saúde para sempre em vossa matéria.
Com um voto de paz, saúde e felicidade, com humildade, amor e caridade, sou e
sempre serei o humilde Caboclo das Sete Encruzilhadas".
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