PONTO ESTILIZADO DO TEMPLO

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sábado, 27 de agosto de 2011

O EVANGELHO É A LEI DO COSMO - POR RAMATIS/HERCÍLIO MAES




PERGUNTA: - Qual é o motivo de vossa escolha do título "O Evangelho à Luz do Cosmo" para esta obra?

RAMATÍS: - O Evangelho não é simplesmente um repositório de máximas e
advertências morais, nem somente código de preceitos exclusivos de qualquer instituição
humana religiosa, devidamente credenciada para representar Deus na Terra. Em verdade, o
Evangelho relatando a experiência vivida integralmente por Jesus, em 33 anos de sua vida
física, é para demonstrar a todos as leis que governam e disciplinam o Universo. Os
conceitos do Mestre Jesus, paralelamente à sua conduta e ação incomum, podem ser aceitos
como um compêndio humano a expor os objetivos de Deus na Sua Criação. Enfim,
repetimos: o Evangelho não é um Código Moral adequado a um certo tipo de humanidade,
mas um tratado perfeito de bem viver, que pode orientar em qualquer época qualquer tipo
humano, em qualquer longitude terrestre ou astronômica. Proporciona uma transmutação
consciente evangélica, onde o homem termina vivendo a sua melhor experiência para Deus.
O Evangelho, portanto, é o "Caminho" da evolução indicado pelo Criador à criatura,
constituindo-se numa fonte íntima de libertação do Deus em nós. O homem evangelizado é
a criatura que vive corretamente no seu "mundo pequeno", a mesma pulsação criativa e
vibração sublime do "mundo grande". Daí o motivo por que os velhos orientais já
apregoavam há milênios, que o "macrocosmo está no microcosmo" e o "que está em cima
está embaixo", enquanto a ciência moderna aceita que "átomo é a miniatura duma
constelação e a constelação a amplitude dó átomo". Integrando-se na vivência absoluta do
Evangelho, o homem exercita-se no mundo transitório da matéria para assimilar e ajustarse
ao metabolismo da Lei Suprema do Universo. Em conseqüência disso, os preceitos
morais expostos por Jesus refletem, também, os princípios do próprio Universo.

PERGUNTA: - Poderíeis explicar-nos de modo mais claro, o fato de que os conceitos expostos por Jesus também refletem os princípios da Mente Universal?

RAMATÍS: - Embora a mente humana se diversifique pela necessidade de
subdividir e operar em várias esferas de atividades, o certo é que no âmago do ser a
pulsação criativa de Deus é um princípio único e indesviável sustentando as criaturas. O
homem, que é partícula divina, e não o Todo Cósmico, precisa convencionar contrastes e
elementos opostos em todos os fenômenos e condições da vida humana. Essa "dualidade",
então, serve-lhe de base para firmar e desenvolver a sua consciência individual. Apesar de
sentir, ou mesmo saber, que Deus é entidade monística, indivisível e único a gerir o Cosmo,
o espírito humano ainda encontra dificuldade em conceber essa natureza divina absoluta.
Assim, embora não exista qualquer separação na manifestação da vida, o homem cria uma
conceituação de aparente oposição no metabolismo da vida cósmica. Mas o certo é que o
Universo fundamenta-se exclusivamente na imutável e irrevogável Lei Suprema, que
disciplina, sob um só metabolismo, todos os fenômenos e acontecimentos da Vida.
Em verdade, a mesma lei que rege a "gravitação", coesão entre os astros, também
disciplina o fenômeno de "afinidade" entre as substâncias químicas e incentiva a "união" ou
o amor entre os seres. Daí a equanimidade do progresso que ocorre com exatidão tanto num
grão de areia, como na própria montanha de que ele faz parte. A legislação divina,
atendendo as necessidades organogênicas do corpo humano, age pelos mesmos princípios
de síntese e análise bioquímica, tanto no homem, como no vírus. Eis por que as orientações
propostas por Jesus e de sua própria vivência e exemplificação pessoal, inseridas no
Evangelho, são acontecimentos educativos, que podem ser usados pelo ser humano em
qualquer latitude da Terra, noutros planetas e mesmo noutros mundos espirituais. São
diretrizes de comportamentos, que na sua realização no mundo das formas abrem
cientificamente as portas do infinito livre ao espírito humano.
O Evangelho, como a súmula das atitudes sublimes e definitivas no Universo,
promove a mais breve metamorfose do homem em anjo, porque o homem, depois de
evangelizado, vive em si a síntese microcósmica do macrocosmo.

PERGUNTA: - Quereis dizer que toda a atividade doutrinária e evangélica do Cristo-Jesus, entre os homens, baseava-se especificamente nos próprios princípios científicos do Cosmo?

RAMATÍS: - A Lei de Deus é perfeita, sem jamais se modificar para atender a
qualquer particularidade ou privilégio pessoal. Ela tem por função exclusiva a sabedoria e
perfeição de todos os seres. Jesus, em sua fidelidade espiritual, exemplificou em si mesmo
o desenrolar das paixões humanas e, depois, a sublimação, assegurando a ascese angélica.
A sua vida no cenário do mundo físico é condensação das leis definitivas que regem o
Cosmo. Ele proclamou-se com justiça o "Caminho, Verdade e Vida". As regras do
Evangelho, ensinadas para a vivência correta e evolutiva das humanidades nos mundos
físicos, correspondem aos mesmos esquemas disciplinadores da vida das constelações, dos
planetas e asteróides pulsando no Universo. Assim, Jesus movimentou-se na Terra, sob a
regência das mesmas leis que governam o Cosmo, e as revelou em perfeita equanimidade
com as ações e transformações microcósmicas dos homens à luz do Evangelho.
Em conseqüência, o seu Evangelho é uma síntese para orientar o comportamento
humano na Terra, na mais perfeita sintonia com os postulados científicos das leis do
Macrocosmo. Aliás, no curto espaço de 33 anos, Jesus efetuou o resumo de toda a paixão
humana, através de milênios e milênios de aprendizado e emancipação espiritual do
homem.

PERGUNTA: - Quereis dizer que Jesus vivia mais propriamente a redução das leis do Cosmo, em vez de buscar a solução de suas necessidades comuns na vida humana?

RAMATÍS: - A vida de Jesus tão sublime, correta, pacifica e vivida sob a
força do amor criativo, teve por norma fundamental expor o resumo da Lei de Deus. Jamais
o Divino Mestre praticou um só ato de sua vida, na qual buscasse primeiramente atender os
próprios desejos; nem mesmo quando disso dependesse a sua ventura sideral. Nascendo
num berço físico, ele já trazia no âmago de sua alma o esquema de apenas servir e ajudar o homem na sua redenção espiritual. Justo, bom e sábio, assim como Deus transborda de
Amor e nutre a Vida no Universo, o Sublime Amigo transfundia todo o seu amor nos atos
mais simples. Em qualquer circunstância, ele se colocava sempre em último lugar no jogo
dos interesses humanos, pois semelhante à Lei do Pai, que promove indistintamente a
felicidade de todos os seres, bastava-se a si mesmo.
Era semelhante à árvore benfeitora, que nasce, cresce e torna-se frondosa, para
depois amparar com a sua sombra . amiga desde o cordeiro inofensivo até as feras mais
carniceiras. Toda a sua vida teve um único objetivo: mostrar o caminho da redenção pelo
amor, que se traduzia nele através do servir desinteressado e absolutamente fiel. O seu
coração e a sua mente nada mais lhe significavam do que o fundamento em incessante
oferenda viva para ajustar, corrigir e orientar o homem no sentido de realizar a sua mais
breve felicidade.
Diante da mulher adúltera, quando ele exclamou: "Vai e não peques mais", buscou
cumprir a Lei de Deus, que atua de modo corretivo, mas não punitivo, pois ela ajusta e cria,
jamais destrói. E, ainda, em correspondência à vibração cósmica, que restabelece toda
harmonia, Jesus fez a advertência severa aos perseguidores da pecadora e os chamou à
ordem, uma vez que projetavam na infeliz os próprios erros e recalques humanos. Quando,
então, lhes disse: "Quem não tiver pecado, atire a primeira pedra" pôs a descoberto todos os
vícios e paixões humanas, conclamando aqueles falsos virtuosos a uma correção íntima,
convencendo-os de que embora a lei do Sinédrio mandasse lapidar as mulheres adúlteras,
isso só poderia ser executado pelas criaturas que não tivessem nenhum pecado.
Em verdade, através de Jesus, refletiam-se tanto quanto possível as leis cósmicas,
que corrigem excessos, distorções e desvios do metabolismo da vida e, magnificamente,
sintetizadas no Evangelho, ali se demonstravam na forma de conceitos, máximas, parábolas
e princípios, que devem reajustar a constelação humana.

PERGUNTA: - Por que o homem, que é na realidade um espírito encarnado,
não aceita ou não compreende de imediato a natureza tão sublime e salvadora do
Evangelho? Não deveria crer absolutamente em Jesus, tanto quanto o aluno confia no seu professor?

RAMATÍS: - A mais breve ou demorada integração evangélica depende
fundamentalmente do grau da consciência espiritual de cada um, e não de sua memória
pregressa. O vosso orbe é pródigo de líderes religiosos, católicos, protestantes e mesmo
espíritas, ou pretensos iniciados, que pregam e divulgam o Evangelho, mas ainda não
assimilaram, para o próprio viver cotidiano, os mesmos ensinos sublimes que eles tentam
incutir no próximo. São apenas distribuidores de azeite, com o objetivo de acenderem as
lâmpadas alheias, mas, infelizmente, pela sua negligência ou retardo espiritual, terminam às
escuras por falta de combustível em sua própria lâmpada.
Só as almas que abrangem maior área da realidade espiritual assimilam mais
facilmente toda força, coerência e veracidade da Lei Suprema, expressa através do
Evangelho. Aliás, nenhum homem pode transmitir a outra pessoa a sua experiência
espiritual do reino divino, assim como o cego de nascença não se apercebe do teor da luz
que ilumina o mundo, pois ele não vê. A assimilação exata do Evangelho, como uma
experiência viva para toda a Eternidade, só é possível pela iniciação gradativa e ascendente da Intuição. É a faculdade de saber a Realidade Divina independente das formas e dos
fenômenos dos mundos transitórios da matéria.

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