PONTO ESTILIZADO DO TEMPLO

PONTO ESTILIZADO DO TEMPLO

domingo, 28 de setembro de 2014

A importância das palmas, do canto e dos tambores na Umbanda


Ogãs são os responsáveis pelo canto e pelo toque dos pontos na Umbanda.

A importância de bater palma para acompanhar o toque do atabaque e de cantar as músicas junto com quem comanda os trabalhos.  A energia fica muito densa nos trabalhos em geral quando as pessoas dominadas pelo desânimo, em um determinado momento de dentro da gira, fica fora de sintonia com os trabalhos realizados não cantando e batendo palmas.
São muitas as culturas que fazem uso da música como forma de se religar com o divino. Não apenas com o som, mas com a dança também. Como expressão sagrada que parece estabelecer, desde os tempos mais remotos, um vínculo mágico e astral com o plano espiritual. E a Umbanda não só reconhece como também faz uso deste mesmo conhecimento primordial. Por isso, a Umbanda também é conhecida como “Magia do Ritmo”.
Todo som produz freqüência de ondas eletromagnéticas que, se vibrada no tom e na cadência certa, pode atingir as mais variadas esferas astrais. Daí a importância dos atabaques (que devem sempre ser recobertos por pele animal e tocado com as mãos), o toque da pele humana (seja dos atabaqueiros, também conhecidos como Ogãs, ou dos presentes, com palmas ritmadas) e os pontos cantados (orações na forma de cântico, com letra e melodia próprias a cada Orixá ou alma trabalhadora da Umbanda).
Assim, se um dia, você estiver de visita a uma casa de Umbanda e lá os trabalhos usarem tambor e palmas, participe!
Doe seu próprio corpo, com palmas e cantos para nos ajudar a não apenas, segurar a corrente espiritual que se sustenta o templo, como também será muito útil no alcance das esferas mais tangíveis do plano espiritual. Com vibrações que estejam em sintonia com os poderes evocados em cada gira.
Não tenha vergonha de soltar a voz. É graça a harmonia das palmas e dos sons que os médiuns se desligam de tudo e concentram-se inteiramente no ritmo dos pontos, facilitando a incorporação de tal forma, que o espírito do médium fica adormecido momentaneamente. Assim, quem quer experimentar um bom atendimento espiritual, com um médium totalmente entregue na incorporação de um guia, o grande segredo é: cada um pode fazer a sua parte. Mantendo os bons pensamentos e integrado na “Magia dos Ritmos da Umbanda”, todos saem ganhando: os médiuns, a casa e, sobretudo, você!

domingo, 14 de setembro de 2014

PISANDO NAS AREIAS SAGRADAS


A Umbanda, como qualquer outra religião, possui alguns fundamentos que deveriam ser observados por todos os seus adeptos e simpatizantes mas, infelizmente, por falta de conhecimento, conveniência, modernidade, etc, vem aos poucos caindo em desuso em nossos Terreiros.

Um destes fundamentos é o chamado descalçamento, ou seja, o ato de retirar os calçados afim de adentrar ao local sagrado onde encontra-se o Pegi, afim de passar pela consulta com as Entidades ali manifestadas em seus médiuns.

O "Rito do Descalçamento", ou o descalçar os pés ao aproximar-se de um lugar santo tem o prestígio da antiguidade e universalidade ao seu favor.

É conhecidíssima a passagem bíblica onde o Altíssimo fala à Moisés através da sarça ardente, mandando tirar as sandálias dos pés visto que o lugar em que estava pisando era terra santa. Alguns autores acreditam que é dessa ordem que as nações orientais derivaram o costume de executar todos os seus atos de culto religioso com os pés descalços, porém é muito provável que esta cerimônia estivese em uso muito tempo anes da circunstância da sarça ardente, e que o legislador judaico a reconhecesse como sinal de reverência.

Somos, particularmente, da opinião que tal costume foi derviado dos antigos patriarcas e transmitido por tradição oral às gerações seguintes.

A direção de Pitágoras aos seus discípulos, por exemplo, era expressa nas seguintes palavras: "Oferece sacrifícios e adora com os teus pés descalços".

Os muçulmanos, ao irem executar suas devoções, sempre deixam suas sandálias à porta da mesquita. Os Druidas tinham o mesmo costume ao celebrarem seus ritos sagrados; assim como os antigos peruanos deixavam sempre seus sapatos à porta ao entrarem no magnífico Templo consagrada à adoração ao sol.

Tal hábito, portanto, é um símbolo de reverência. Significa, na linguagem do simbolismo, que o lugar a que se vai aproximar desse modo humilde e reverente é consagrado à algum objetivo santo.

A área reservada ao Pegi - este Sanctum Sanctorum do Templo Umbandista, onde são inculcadas as solentes verdades da vida, da morte e da imortalidade - o adepto, assim como o consulente, ao entrar deve purificar seu coração de toda contaminação e lembrar-se, como o devido sentimento de sua aplicação prática, dessas palavra que outrora cairam sobre os ouvidos do antigo patriarcar judeu: "Tira as sandálias dos pés, porque o lugar em que estás é terra santa".

Isto quer dizer que não devemos levar para dentro do lugar sagrado as imundícies do mundo exterior, especialmente aquelas que podem ser carregadas por nossos calçados, maculando assim a sacralidade do lugar. Devemos ter em mente que tal ato, além de uma questão de respeito ao Terreiro, deve ser considerado como medida de higiene.

Outro aspecto que devemos considerar é a questão energética, visto que o corpo em contato direto com o solo cria um ponto onde as energias negativas são são descarregadas, funcionando como uma espécie de "fio-terra".

Portanto, da próxima vez que participar de uma gíra, não se esqueça de colocar em prática este costume tão antigo, respeitoso e benéfico à todos os participantes.

Saravá.

extraíde de http://vozesdearuanda.blogspot.com.br/2008/12/pisando-as-areias-sagradas.html

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

A UMBANDA É OU NÃO CRISTÃ?


De uns tempos pra cá, um assunto que não deveria ser polêmico, tomou conta das diversas listas e comunidades da internet: a Umbanda é ou não cristã?

Bem, existem aqueles que defendem a idéia de que a Umbanda não poderia ser cristã, pois esta seria uma religião baseada nos cultos afros. Dentro da visão desses irmãos, apesar do respeito que demonstram, Jesus Cristo é apenas uma figura simbólica, relacionada através do sincretismo criado pelos negros ao Orixá Oxalá, naqueles tempos em que a Coroa Portuguesa, através do poder da Igreja, impunha aos escravos sua fé trazida da Europa. E aí, com o passar do tempo e com a associação dos cultos afros ao espiritismo e ao próprio catolicismo, teria nascido a Umbanda no Brasil.

Já os que defendem a idéia da Umbanda como um culto cristão, baseiam-se principalmente nas palavras do Caboclo das Sete Encruzilhadas que em 15/11/1908 informou aos presentes que estava iniciando ali, um novo culto, chamado Umbanda, onde espíritos de negros e índios poderiam praticar a caridade. Disse também que esta nova religião trabalharia baseada nos Evangelhos de Cristo e que teria como Mestre Supremo: Jesus.
Então, como poderíamos saber qual corrente tem mais razão. Vejamos:

Estamos no início do século XXI, mais precisamente em 2006 (118 anos depois da Lei Áurea, assinada pela Princesa Isabel). Porque então os umbandistas continuam com a imagem de Cristo no local mais alto do congá? Afinal de contas não existe mais feitor, sinhozinho ou capitão-do-mato. Nem a perseguição policial que ocorria no início do século XX. Mas estamos lá, ajoelhando, orando e pedindo diante de Sua imagem. Simples, porque no íntimo da grande maioria dos filhos de fé, Cristo é sem dúvida, o Ser de maior expressão espiritual que passou neste orbe. Não bastasse isso, é extremamente comum observarmos nossas Entidades, em especial os Pretos-Velhos, clamando forças a zin Nosso Sinhô Jesus Cristo. Teriam esses Guias de Luz, medo do sinhozinho? Ou da Igreja Católica? Não, claro que não. Eles pedem a Jesus com imenso respeito e devoção, assim como rogam aos Orixás, pois sabem que assim poderão nos conduzir à trilha que nos leva ao Pai. Além dos Vovôs e Vovós, isso é muito fácil de se perceber numa gira de baianos ou boiadeiros, que rogam a Nosso Senhor do Bonfim e a Bom Jesus da Lapa. Até quando tratamos com Exus de Lei, estes demonstram um respeito e um carinho especial ao “Nazareno”. Alguns o chamam até de “o Coroado” e se mostram satisfeitos em ter enxergado a importância em trabalhar baseado nos ensinamentos D’Ele.

Se não bastasse isso, existe um sem-número de pontos cantados que nos remetem à figura do Messias... “Abre a porta ó gente, que aí vem Jesus, e ele vem cansado com o peso da cruz...”, “Preto-Velho quando vem, ele vem aos pés da cruz, vem trazendo proteção para os filhos de Jesus...” “Jesus nasceu, padeceu e morreu...”, “Seu cavalo corre, sua espada reluz, sua bandeira cobre todos filhos de Jesus...”, entre outros.

Sem contar as preces utilizadas, inclusive o Pai Nosso Umbandista, baseado no Pai Nosso ensinado pelo Mestre há 2000 atrás.

Quanto à relação da Umbanda a outros segmentos, notamos forte influência católica e kardecista (ambas religiões cristãs), somada a cultura e fé afro (influência dos espíritos de negros escravos e de ex-participantes destes cultos que vieram a se tornar umbandistas).

Respeitando a visão de todos os filhos desta linda religião, porém, baseado nessas e em outras tantas questões que poderiam ser formuladas, somadas ainda às palavras do Caboclo das Sete Encruzilhadas, particularmente creio sim numa Umbanda CRISTÃ, universalista e cheia fé nos Orixás, Guias e Protetores Espirituais.

O objetivo do texto não é criar polêmicas ou discussões, até porque seriam em vão, já que cada pessoa tem o direito de pensar e acreditar no que quiser, mas apenas de colocar alguns pontos que às vezes passam despercebidos mesmo durante os debates. E, além disso, tenho a certeza de que, acreditando N’Ele ou não, Jesus ampara a todos, assim como os Orixás, que independente até do credo da pessoa, estão sempre abertos a trabalhar em prol da caridade.

Que o Mestre Jesus Cristo, chamado carinhosamente por nós de Pai Oxalá, nos cubra com Vosso Manto Sagrado, envolvendo-nos com as energias que Ele traz do Pai Universal - Deus (ou Zambi, Olorum, Tupã,......).

Texto de Sandro da Costa Mattos - Ogã Alabê da APEU - Associação de Pesquisas Espirituais Ubatuba - Templo de Umbanda Branca do Caboclo Ubatuba - S.Paulo/SP.
Autor da obra “O LIVRO BÁSICO DOS OGÃS” e apresentador do programa CANTANDO COM OS ORIXÁS, exibido diariamente pela WEB TV SARAVÀ UMBANDA – www.tvsu.com.br


terça-feira, 9 de setembro de 2014

MENSAGEM DO CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS


A Umbanda tem progredido e vai progredir. É preciso haver sinceridade, honestidade e eu previno sempre aos companheiros de muitos anos: a vil moeda vai prejudicar a Umbanda; médiuns que irão se vender e que serão, mais tarde, expulsos, como Jesus expulsou os vendilhões do templo.

       O perigo do médium homem é a consulente mulher; do médium mulher é o consulente homem. É preciso estar sempre de prevenção, porque os próprios obsessores que procuram atacar as nossas casas fazem com que toque alguma coisa no coração da mulher que fala ao pai de terreiro, como no coração do homem que fala à mãe de terreiro. É preciso haver muita moral para que a Umbanda progrida, seja forte e coesa. Umbanda é humildade, amor e caridade – esta a nossa bandeira. Neste momento, meus irmãos, me rodeiam diversos espíritos que trabalham na Umbanda do Brasil: Caboclos de Oxossi, de Ogum, de Xangô.

       Eu, porém, sou da falange de Oxossi, meu pai, e não vim por acaso, trouxe uma ordem, uma missão. Meus irmãos: sejam humildes, tenham amor no coração, amor de irmão para irmão, porque vossas mediunidades ficarão mais puras, servindo aos espíritos superiores que venham a baixar entre vós; é preciso que os aparelhos estejam sempre limpos, os instrumentos afinados com as virtudes que Jesus pregou aqui na Terra, para que tenhamos boas comunicações e proteção para aqueles que vêm em busca de socorro nas casas de Umbanda.

       Meus irmãos: meu aparelho já está velho, com 80 anos a fazer, mas começou antes dos 18. Posso dizer que o ajudei a casar, para que não estivesse a dar cabeçadas, para que fosse um médium aproveitável e que, pela sua mediunidade, eu pudesse implantar a nossa Umbanda.

       A maior parte dos que trabalham na Umbanda, se não passaram por esta Tenda, passaram pelas que saíram desta Casa.

       Tenho uma coisa a vos pedir: se Jesus veio ao planeta Terra na humildade de uma manjedoura, não foi por acaso. Assim o Pai determinou. Podia ter procurado a casa de um potentado da época, mas foi escolher aquela que havia de ser sua mãe, este espírito que viria traçar à humanidade os passos para obter paz, saúde e felicidade.

        Que o nascimento de Jesus, a humildade que Ele baixou à Terra, sirvam de exemplos, iluminando os vossos espíritos, tirando os escuros de maldade por pensamento ou práticas; que Deus perdoe as maldades que possam ter sido pensadas, para que a paz possa reinar em vossos corações e nos vossos lares. Fechai os olhos para a casa do vizinho; fechai a boca para não murmurar contra quem quer que seja; não julgueis para não serdes julgados; acreditai em Deus e a paz entrará em vosso lar.

    É dos Evangelhos. Eu, meus irmãos, como o menor espírito que baixou à Terra, mas amigo de todos, numa concentração perfeita dos companheiros que me rodeiam neste momento, peço que eles sintam a necessidade de cada um de vós e que, ao sairdes deste templo de caridade, encontreis os caminhos abertos, vossos enfermos melhorados e curados, e a saúde para sempre em vossa matéria.

       Com um voto de paz, saúde e felicidade, com humildade, amor e caridade, sou e sempre serei o humilde Caboclo das Sete Encruzilhadas".